domingo, 18 de setembro de 2011

O certo é xérox ou xeróx? Lá vem você de novo me perguntar isso... Não vai adiantar eu dizer que o certo é cópia ou fotocópia, você vai continuar falando xérox, ainda que a copiadora seja uma Nashua, Sharp, Lexmark ou de qualquer outra marca, e não Xerox. Então vá em frente, pode falar xérox, que nada de ruim vai te acontecer.

Aliás, você pode continuar falando rúbrica, em vez de rubrica; duzentas gramas, em vez de duzentos gramas de queijo; douze, em vez de doze, e pode continuar dizendo que a expressão “caraca” vem do sinônimo “sujeira” e não de uma palavra chula disfarçada. Mas experimente dizer sujeira, em vez de caraca. “Sujeira! Você está uma gata!” ou “Sujeira! O culto foi muito abençoado! Aquele pastor é bom pra sujeira!” Legal né?
Sabe de uma coisa? A língua é assim mesmo. De quando em vez, muda tudo, ou quase tudo. O que era certo vira errado, e vice-versa. Antigamente, o particípio passado do verbo pegar era pegado, mas aí teve um jacaré que inventou a forma pêgo, e outro inventou o pégo (grafei com acento, pra você saber). Pronto, agora até os dicionários já aceitam, e quem insiste em dizer “Se eu corresse, teria pegado o ônibus” é olhado assim meio de lado. E tem mais dois que estão mudando: trazer e chegar. Por exemplo, neguinho agora acha que deve dizer trago, em vez de trazido, e tem quem já fale assim: “A doutora ainda não tinha chego.” Daqui a pouco o certo vai ser dizer trago e chego, e não vai ser o bobão aqui quem vai mudar isso.
Na linguagem, entretanto, é café pequeno. Fora dessa esfera muitos conceitos estão mudando de lado. Não se deve mais, por exemplo, dar umas boas chineladas na bunda de um moleque aprontão ou dizer ao safadinho que ele que está de castigo; deve-se usar sempre o diálogo e colocar o pestinha para pensar, como se o pensamento fosse algo negativo. Mas disso, também eu já falei. Se voltar a falar, é porque eu sou assim mesmo, repetitivo. Não liga não...!

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