sexta-feira, 25 de novembro de 2011

Campanha "em favor do bom português"



Se você consultar o mini dicionário da Língua Portuguesa, do professor Francisco da Silveira Bueno, descobrirá que a preposição desde pode, sim, ser desdobrada e formar a locução prepositiva des de sem problema algum. O fato de ter caído no desuso não a invalida. Você pode até criticar quando alguém escreve, mas na fala quase todo mundo usa. “Des daquele dia, des do tempo das cavernas, des do arco da velha” etc.
Menas, você diz que não existe. Mas não existe por quê? Sabe explicar? Acho que não. Mas eu vou dizer a você que existe sim. Tanto existe que você até cansou de ouvir. Ah, sim, é um erro, tudo bem. É um erro porque o advérbio menos não varia. Mas não varia por quê? Sabe explicar? Acho que não. Eu explico: mera convenção, nada a ver com o fato concreto. A gramática simplesmente diz que não existe, e ponto final. Ainda que FAÇA SENTIDO. Porque faz sentido SIM. Muito e pouco também são advérbios e variam. Por que menos não pode variar? Por causa do mais? Nada a ver. “Muitos homens, muitas mulheres; poucos homens, poucas mulheres; menos homens, menas mulheres. Menas sim, por que não? Ah, sim, porque a sua professora falou. Entendi...
Seje e esteje também não existem, você diz. Como no caso do menas são erros, tudo bem, mas existem. É uma confusão comum que ocorre devido a alguns verbos como almejar, desejar e cortejar. Almeje, deseje, corteje. Simples assim. Mas a gramática não admite. E ela é quem manda, paciência.
Com certeza e de repente se escreve separado. Muito bem. Por quê? Ah, tá, a professora falou, entendi. Então por que não passar a escrever separado, também, devagar e depressa? Ficariam assim: de vagar e de pressa. Bonitinho, não? O quê! Não gostou? Mas deveria gostar... Pois assim como certeza e repente são palavras que subsistem isoladas num contexto, o mesmo ocorre com pressa e vagar.
Você tem, claro, toda razão na questão do mas (sinônimo de porém)e mais (antônimo de menos). Acontece que, a menos que force a língua, ninguém pronuncia o mas sem colocar um “i” no meio, daí a confusão. Vai me dizer que, quando pronuncia, você fala “mas”? Duvido! Ninguém fala. Tudo bem, começou com o pessoal escrevendo mais em vez de mas e agora a coisa se inverteu. Era de se esperar.
Agora me diga, quem te disse que agente é só espião? E o agente de saúde, agente administrativo, agente da passiva? Como é que ficam? A gente (separado, gostou?) deveria tomar um pouco mais de cuidado com isso.
Mim não conjuga verbo. Lindo isso! Por quê? Ah, bobagem perguntar, você não vai saber explicar. Pois eu te digo que também é mera questão de convenção. Mim quer dizer eu. É ou não é? Então por que não pode ser “pra mim fazer?”. Tá bem, tá bem. A professora falou que não pode... Tá nas gramáticas do Pasquale, do Bechara, do Rocha Lima... Tá, deixa pra lá. Também é difícil pra mim, explicar isso. Mim explicar!!! Oh, que horror, não é mesmo? Eu deveria dizer: Para mim, é difícil explicar isso!
Para complicar um pouquinho:
Quando é que eu posso dizer com nós em vez de conosco? Sabe? Acho que não... Há situações em que é possível. Mas agora eu não estou com paciência. Desculpe.
Ainda teria mais a falar pra você sobre erros, na fala, que você não percebe, tipo São nessas horas que a gente conhece os verdadeiros amigos e Assistir uma comédia ao invés de ir ao teatro... Mas deixa pra lá. Agora você deve estar pensando em repassar um texto que mete a lenha na Dilma porque ela falou presidenta. Vai lá, que eu também tenho mais o que fazer...