sábado, 6 de novembro de 2010

Aprendendo com a... "PRESIDENTA"

Recebi de meu correspondente e amigo Orlando Neto a seguinte mensagem, que repasso a vocês:
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Aprendendo com a... "PRESIDENTA"????!!!!!! Excelente...!
Aurélio... é cultura...

Tenho notado, assim como aqueles mais atentos também devem tê-lo feito, que a candidata Dilma Roussef e seus apoiadores, pretendem que ela venha a ser a primeira presidenta do Brasil, tal como atesta toda a propaganda política veiculada na mídia. Presidenta???
Mas, afinal, que palavra é essa totalmente inexistente em nossa língua?
Bem, vejamos:
No português existem os particípios ativos como derivativos verbais.
Por exemplo: o particípio ativo do verbo atacar é atacante, de pedir é pedinte, o de cantar é cantante, o de existir é existente, o de mendigar é mendicante... Qual é o particípio ativo do verbo ser? O particípio ativo do verbo ser é ente. Aquele que é: o ente. Aquele que tem entidade.
Assim, quando queremos designar alguém com capacidade para exercer a ação que expressa um verbo, há que se adicionar à raiz verbal os sufixos ante, ente ou inte. Portanto, à pessoa que preside é PRESIDENTE, e não "presidenta", independentemente do sexo que tenha. Se diz capela ardente, e não capela "ardenta"; se diz estudante, e não "estudanta"; se diz adolescente, e não "adolescenta"; se diz paciente, e não "pacienta".
Um bom exemplo seria:
"A candidata a presidenta se comporta como uma adolescenta pouco pacienta que imagina ter virado eleganta para tentar ser nomeada representanta. Esperamos vê-la algum dia sorridenta numa capela ardenta, pois esta dirigenta política, dentre tantas outras suas atitudes barbarizentas, não tem o direito de violentar o pobre português, só para ficar contenta."
Orlando neto

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A mensagem não deixa de ser interessante. Mesmo assim, resolvi tecer alguns comentários.

Não morro de amores por Dilma. Sabemos, entretanto, que a palavra presidenta não é uma invenção dela, e toda essa explicação sobre particípio ativo dos verbos é inútil, já que a palavra presidenta já está mais do que aceita. E não é de hoje!
Presidenta vem de uma analogia, o que não passa, necessariamente, pelos crivos da gramática, da filologia ou quaisquer outros critérios. É como chefe e chefa.
Quando freqüentei escola primária, aprendi que o feminino de poeta era poetisa, assim como o de profeta era profetisa, e o de bispo, episcopisa. Mas o que estamos vendo hoje em dia, nas revistas e nos jornais? Volta e meia, falam sobre a bispa Sônia, da Igreja Renascer, ou da poeta Cecília Meireles. Claro que vocês já viram! Ficaram estarrecidos? Acho que não.
E vale perguntar? Qual o feminino de mordomo? É mordoma? Ou será governanta?
Creio, portanto, que é bobagem esperar que as pessoas comecem a falar estudanta, pacienta, pedinta ou qualquer outra coisa semelhanta. E não é questão de ignorância, e sim de fazer ou não fazer sentido, de ser ou não ser viável. Mas com PRESIDENTA vocês vão ter que se acostumar. Ah, vão...! Sinto muito...!