terça-feira, 27 de julho de 2010

O dia do grito

Vem aí uma vez mais
o dia em que Pedro de Alcântara,
erguendo a espada e a voz, gritou:
Independência ou morte!

Dizem que, desde então,
a pátria amada, idolatrada, salve, salve!
se tornou independente
que nem filho que casa
e larga a barra da saia da mamãe...

E a galera, à beira do rio,
saiu cantando sabe se lá o quê,
mas, com certeza, não foi:
Uh, tererê!

Porque a independência veio
e veio a morte também
inclusive para o rapazinho
que era pai daquele velhinho
parecido com Papai Noel.

O fato virou história,
entrou para as páginas
dos cadernos e livros das crianças
e virou até samba do crioulo doido.

Faz um tempão que morreu
aquela turma toda.
E o gigante pela própria natureza
continua em berço esplêndido
dormindo e sonhando
com a independência de verdade...

O povo heróico, hoje,
conserva, por tradição,
aquele brado retumbante
mas aprendeu outros gritos
até mais fáceis de lembrar:
   
    "Ah, eu tô maluco!
    Vai, Lacraia! Vai, Lacraia!
    Toma, toma, toma, toma!"

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